Princípios para Estabelecer Governo


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Princípios para Estabelecer Governo
Dt 17.14-20

Os países hoje são governados por líderes eleitos e não por monarcas hereditários. Na antiguidade, porém, os reis e imperadores governavam as nações e impérios com autoridade tirana. Mas Israel era diferente das outras nações, pois a lei do Senhor era a "argamassa" que unia as doze tribos. Os levitas encontravam-se espalhados por toda a terra, ensinando ao povo a lei de Deus, e os sacerdotes e juízes providenciavam para que a lei fosse cumprida com justiça. Os israelitas deveriam levar seus dízimos e sacrifícios ao santuário central e, três vezes por ano, todos os homens adultos deveriam reunir-se lá para celebrar a bondade do Senhor. Jeová era o Rei de Israel (Êx 15:18; Jz 8:23) e estava "entronizado acima dos querubins" (Sl 80:1) no Santo dos Santos.

No entanto, o Senhor sabia que chegaria um dia em que, em seu desejo de ser como as outras nações, Israel pediria um rei (1 Sm 8). No tempo dos juízes, a unidade política e espiritual das doze tribos deteriorou-se gravemente (Jz 17:6; 21:25), e Israel viu-se constantemente sob o risco de ser invadido por seus inimigos (1 Sm 9:16; 12:12). Em vez de confiar em Deus, o povo quis um rei e um exército que conduzissem a nação à vitória. A narrativa bíblica deixa claro que o povo queria alguém para estar na posição que estava Deus, o Rei dos Reis.

A despeito desse tema Pfeiffer afirma “o ponto principal desta passagem, a qual estabelece os fundamentos legal-convencionais para a posterior monarquia, é que mesmo quando o reino dinástico tivesse substituído o juizado carismático, os reis também teriam de sujeitar suas vidas e reinos, e particularmente suas atividades judiciais, à aliança de Deus (vs. 18-20)”. Charles F. Pfeiffer p. 61.

Vejamos alguns princípios para estabelecer um governo monárquico e as qualificações necessárias aos príncipes, talvez podemos apossar de alguma luz para os nossos dias.

14 – Quando disseres – “Estabelecerei sobre mim um rei... como todas as nações que se acham em redor de mim”.

Requisitos para ser o Rei de Israel
O rei não seria eleito pelo povo, mas sim escolhido por Deus.
O rei deveria ser escolhido por Deus, também precisava ser de Israel, não um estrangeiro.
15 – OK! Estabelecerás aquele que o Senhor teu Deus escolher
  • Homem estranho não, que seja teu irmão. Vivência e envolvimento com seus costumes.
  • Um coirmão que guardasse no coração os melhores interesses da nação, não permitindo a imposição de potências estrangeiras sobre a Terra Prometida.

O rei deveria confiar inteiramente no Senhor e não depender de cavalos, nem de exércitos
16 – Não se multiplicará para si cavalos – Porque?
Não fará voltar ao povo, para o Egito, para multiplicar cavalos. “Pois o Senhor disse nunca voltareis por este caminho”
  • Importante lição. Quanto maior o poder, mais perigo de abuso e de confiança apenas nele.
  • O Egito surge cerca de 3000 a.c. Os cavalos somente começaram a ser criados no Egito, com a invasão dos hicsos (Cilícia e Palestina) por volta de 1750 a.c. Usavam-nos contra o exército Egípcio que então passou a copiar essa estratégia para seu próprio benefício.
  • Importavam eles principalmente da Palestina, depois os  tornam vassalos em 1300 a.c.
  • Como eram usados? Carro de Guerra – arqueiros puxados por cavalos fortes e velozes. Bigas.
  • Eram exclusivamente para os exércitos e para o Faraó, não para os escravos/povo.
  • Um carro custava – 600 moedas/prata; 1 cavalo 150 moedas/prata – 1 Rs 10.29
  • Por que... Pv 21.31; I Rs 10.26-29; “Ex. da dinastia de Salomão”

“Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, mas o Senhor é que dá a vitória”. Pv 21:31

Nem depender de alianças com outras nações realizadas por meio de casamentos ou de riquezas materiais.
17 – Tampouco multiplicará para si mulheres
  1. Para que o coração não desvie do propósito real.
  2. Não promova aliança com infiéis, de estranhos princípios.
  3. Nem multiplicará para si prata ou ouro. Deveria possuir o suficiente para estar na posição.

O requisito mais importante para o rei era o conhecimento pessoal da lei de Deus
18, 19 – Escreverá para si, quando sentar no trono, transcrição desta lei e da lei sacerdotal para ler todos os dias.
· Para aprender a temer a Deus
Esse estudo da lei não iria ajudá-lo apenas a governar o povo com justiça, mas também serviria para revelar-lhe o caráter de Deus e para encorajá-lo a temer ao Senhor e a amá-lo cada vez mais (Pv 4).
· Afim de guardar todas as palavras/estatutos, para os cumprir. Para pô-los a obra.
A submissão do rei a Deus e a sua lei o guardaria de tornar-se arrogante e de abusar da autoridade que o Senhor havia lhe concedido.
     Veja Dt 10.12,13, aos deveres dos membros da comunidade de Israel: Champlin p. 823. 
1. Temor. 2. Reta conduta. 3. Amor. 4. Prestação de serviços, servir. 5. Guarda dos mandamentos.

Vencendo a atitude de superioridade entre os seus irmãos, para que não se eleve o seu coração
20 – Sujeitos as tentações os investidos de autoridade necessitam da Palavra de Deus.
  • Ela o conduz a obediência, humildade e sucesso.
  • Para que o coração não se exalte.
  • Para que não se aparte nem para direita, nem esquerda – siga os seus mandamentos.
  • Obtenha sucesso no reinado Js 1.8 – longevidade no trono.
  • Para sucessão familiar. A hereditariedade oferecida a família de Judá Gn 49.8-10. 

“Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem  sucedido”. Josué 1:8

   Este versículo mostra-nos que o rei, embora fosse civil, deveria receber orientação religiosa. Os livros sagrados deveriam fazer parte da vida diária de um monarca hebreu.

    Se ele amasse conforme lhe tinha sido ordenado Dt. 6.5, não perseguiria nem abusaria de ninguém. Se ele servisse, não exigiria tanto em ser servido. Se ele temesse, não procuraria prejudicar a outras pessoas. Se ele obedecesse, não teria de ser repreendido pelos profetas e sacerdotes, a fim de que voltasse à prática da conduta correta. E também não se desviaria nem para a direita nem para a esquerda quanto às práticas idólatras, nem entraria em alianças ilegais com potências estrangeiras.
   Se ler o livro e aprender o conteúdo, terá um reinado longo como rei e seus filhos também.
          A distinção de Israel, porém, vinha justamente do fato de não ser igual a nação alguma!
Imitar o mundo em vez de confiar no Senhor sempre foi uma grande tentação para o povo de Deus, e cada vez que se entregou a ela, o povo sofreu.
    Em vez de confiarmos na Palavra de Deus e na oração (At 6:4), usamos da sabedoria do mundo, imitando seus métodos e satisfazendo seus desejos, dando às pessoas aquilo que elas querem em vez de lhes dar aquilo de que precisam. Os cristãos de hoje deveriam dar ouvidos ao lembrete de Deus para Israel: "Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos separei dos povos" (Lv 20:24).

O escritor W. Wiersbe ao citar Woordrow Wilson que era presidente dos Estados Unidos, disse: "Há um bocado de problemas diante do povo norte-americano e diante de mim como presidente, mas espero encontrar a solução para esses problemas de modo diretamente proporcional à minha fidelidade em estudar a Palavra de Deus".
Nas palavras do estadista Daniel Webster: "Se formos fiéis aos princípios ensinados na Bíblia, nosso país continuará prosperando, mas, se em nossa prosperidade nos esquecermos das instruções e da autoridade da Palavra, é impossível dizer quão súbita será a catástrofe que sobrevirá e que sepultará nossa glória em profunda obscuridade".
Concluo com o pensamento:
“tendo em vista que vivemos numa sociedade democrática pluralista, não podemos esperar que o governo faça da Bíblia seu guia oficial, mas seria de grande ajuda à nação se igrejas e cristãos confessos se tornassem proficientes na pregação, no ensino e na obediência à Palavra de Deus”. W. Wiersbe p. 551.

Paz nO Caminho!! Brasília-DF, 22 de outubro de 2018.


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