Sem Ovelhas no aprisco
Sem Ovelhas no aprisco
“Porque ainda que a
figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto
da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da
malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado;” (Habacuque 3:17)
Ovelhas
são inúmeras vezes utilizadas como representação de almas, de vidas para serem
cuidadas, mas isso é coisa de pastor, que busca até que encontre a última
perdida. Ovelhas também é símbolo de povo, de família, de grupo de
relacionamento – ovelhas são coletivas, vivem em coletividade. Pastam juntas no
campo, regressam para o curral juntas, comem juntas, se abrigam juntas, dormem
juntas, correm juntas, bebem juntas e tem o mesmo pastor. Pensemos que não ter
ovelhas represente não ter amigos, família, convívio – simboliza isolamento,
individualismo e egocentrismo exacerbado.
Isso
não deveria acontecer com nenhuma pessoa, ficar sozinho, mas acaba
circunstancialmente ocorrendo com muitos. Eu já ouvi relatos de pessoas que
ficaram fora da sua cidade por alguns meses e se sentiram solitários, até se
adaptarem em uma igreja local, fazer novos amigos e se sentir em casa. Há os
que se mudam, seja de cidade ou de país. Outros simplesmente não conseguem
encontrar uma igreja local que os agrade, famílias que os abrigue, povo que o
aceite, nação que o repatrie ou até mesmo planeta que o comporte. Alguns estão
colhendo o que semearam na vida e hoje estão sem seus familiares por perto.
Cada um tem sua história e lida com ela de sua própria forma, mas para todos
uma coisa é comum: todo mundo se sente só quando não está em convívio coletivo.
Deus nos fez assim “... vós sois membros, uns dos outros”.
Mesmo
nestas situações e apesar da solidão, nossa alegria precisa vir do Senhor. Já
me senti só em meio a multidões, mas o Senhor é minha fonte. Com o passar do
tempo, a ação do Senhor e com as orações, Deus coloca pessoas ao nosso redor,
restitui famílias destruídas, reenquadra os desencaixados, dá tolerância aos
intolerantes, nos torna povo, e cura os chatos, dos quais já fui um. O papel da
igreja local nisso é decisivo. Precisamos abraçar, sorrir, acolher, suportar,
compreender e sermos hospitaleiros com os que se chegam a nós. “... praticai a
hospitalidade”, frase longe da atualidade.
A
alegria vem do Senhor... quando não temos povo, não temos ovelhas, pois bem,
Deus não depende disso para ser Deus. Nós é que dependemos das coisas para nos
sentirmos alguma coisa. Nem deveria ser assim, mas o ser humano é assim.
Deus
nos permita encontrar nosso lugar na sociedade, nas igrejas, nas famílias, nos
grupos. Deus nos ensine e capacite a aprender a andar Nele e por Ele mesmo sem
isso, de acordo com o apostolo Paulo devemos suportar todos as situações
sabendo que “tudo podemos Naquele que nos fortalece”.
Oremos:
“Senhor, é terrível o sentimento de solidão e não quero me conformar a ele. Te
peço que me fortaleça para me alegrar no Senhor estando rodeado de amados ou
estando só, e ajuda-me a ser construtor de pontes que liguem corações,
indivíduos, famílias ou simplesmente ovelhas.”
ADS Cong. Lírio dos Vales, Brasília-DF, 15 de julho DE 2011.
Pr Flávio Teles
Pr Formig@
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