A Igreja do Deus Vivo
I Timóteo 3.14-16;
Paulo passa a apresentar: as
razões da igreja exigir de seus dirigentes altas qualificações (3.14-4.5) e a
seguir as orientações pessoais a Timóteo no exercício do ministério (4.6-6.21).
Leitor, creio que, presentemente, é da maior importância ter ideias
claras a respeito da "Igreja". Creio que a falta da correta
compreensão deste assunto é uma das grandes causas dos erros religiosos em que
muitos caem. Desejo chamar a sua atenção para aquele grande e principal sentido
em que a palavra "Igreja" é empregada no Novo Testamento.
Ao estudarmos a Igreja. Veremos
hoje as raízes da Sua identidade: É viva; sua função; sua missão; sua recompensa.
A igreja do Deus vivo é santa, pura, crescente e guarda o depósito que lhe fora
confiado.
Eclesiologia é o ramo da teologia cristã que trata da
doutrina da Igreja: seu papel na salvação, sua origem, sua disciplina, sua
forma de se relacionar com o mundo, seu papel social, as mudanças ocorridas, as
crises enfrentadas, suas doutrinas, a relação com outras denominações e sua forma
de governo.
Entender
o que é Igreja é fundamental para sermos uma igreja pujante, verdadeira e
inspiradora.
Marcas Indeléveis da Igreja autêntica: At 2.42-47;
A. Dedica-se ao estudo dos
ensinos dos apóstolos;
B. Uma igreja que pratica a
comunhão.
Qual a identidade da Igreja?
Ela nasce de Deus e para Deus.
Multiplicar a igreja é tão absurdo como multiplicar Deus. Há um só Deus? Então,
ele tem uma só igreja. Dividir a igreja é tão absurdo como dividir Deus.
Conforme afirma John Stott: a comunidade
que Deus está chamando à existência tem duas características principais. Primeiro é um só povo, composto
igualmente de judeus e gentios, a única família de Deus. Conforme os evangelhos
é família de Deus aqueles que fazem a Vontade do Pai. Em segundo lugar, é um povo santo, distinto do mundo secular, separado
para pertencer a Deus. A exemplo de Israel no Antigo Testamento.
Paulo aos efésios 4.1-521;
trata desse tema. Define que a união e a pureza são dois aspectos fundamentais
de uma vida digna do chamamento divino da Igreja. A mensagem de Efésios, Pg.
103.
Para Calvino, os que fazem parte da Igreja “se na
verdade estão persuadidos de que Deus é o Pai comum de todos e de que Cristo é
sua única Cabeça, amar-se-ão uns aos outros como irmãos, e comunicarão entre si
o que possuem” (Institutas, Livro IV, Cap. I, 3).
Para
o Reformador, só são membros da Igreja os que são filhos adotivos de Deus e
membros autênticos de Cristo, pela santificação do Espírito. Como Igreja
Visível, dela fazem parte todos os homens espalhados pela face da terra, que
“têm o mesmo propósito de honrar a Deus e a Jesus Cristo, têm o mesmo batismo
como testemunho de sua fé, estão unidos pela mesma doutrina e pela caridade,
participam da Ceia, aceitam a Palavra de Deus e desenvolvem o ministério de
Cristo”.
Certamente, na busca da
identificação, a marca indelével da igreja é a unidade com Cristo. O Cabeça da
Igreja. Em Jesus estava o Pai inaugurando uma nova sociedade. Essa nova sociedade
dos tirados para fora em união com Deus
forma: a Igreja do Deus Vivo.
Citando Agostinho, Calvino diz: “Há muitas ovelha fora (da Igreja) e
muitos lobos (dentro dela)”.
Poderíamos dizer que todos aqueles que estão em Cristo, estão
necessariamente na Igreja. Porém, nem todos aqueles que estão na Igreja
(Visível), estão necessariamente em Cristo! E fora de Cristo, não há salvação,
fora de Cristo não pertencemos à Igreja que ele remiu e santificou.
Quatro verdades quanto a unidade que Deus pretende com as pessoas:
1. Surge da unidade com Deus, em Cristo Jesus;
Ef 5.23; Ele cabeça e salvador – amou e se entregou por; ela está sujeita a
Ele; Para santificar, purificar pela palavra e apresentar a si gloriosa, sem
mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. A unidade espiritual é mantida pela
lealdade a verdade e o andar segundo o Espírito. Ef 4.1-6;“Grande é esse mistério Cristo e a Igreja”. Ef 5.32;
2.
Depende
da dignidade da nossa caridade, e da nossa conduta; Ef 3.17; Devemos ser
arraigados e alicerçados em amor – que bela estrutura; mentalidade onde emprega
o reconhecimento da dignidade e do valor de outras pessoas, humildade que havia
em Cristo, que o levou a esvaziar-se a si mesmo e tornar-se um servo. Fp 2.3-8;
Segundo Findlay é a ausência da disposição para exigir direitos pessoais, seja
na presença de Deus, seja na dos homens. Humildade e mansidão. Vive a verdade
em amor. Indo além da superficial definição por “visível” e “invisível”.
3.
É
enriquecida pela diversidade dos nossos dons; A graça para o serviço equipa
o povo de Deus para servir, é dada em diferentes níveis segundo a proporção do
dom de Cristo. Ef 4.7-12; Rm 12.6; I Co 12.4; para cada um de nós, e assim, da
unidade passa a diversidade na igreja. Vida e cor. Ao pensar nos dons dados
ensino-nos sobre o seu doador, o seu caráter e o seu propósito.
4.
Exige
a maturidade do nosso crescimento. O alvo a chegar é a medida da estatura
da plenitude de Cristo. Ef 4.13-16; Atenção: a perfeita varonilidade.
O Senhor
ama, alimenta e sustenta a igreja.
Durante estas últimas décadas muita
coisa tem sido dita e escrita acerca da identidade da igreja cristã. A preocupação
moderna com ela está na sua forma, na sua estrutura, nos seus símbolos, em seus
programas, nas suas logo marcas. Porém devemos dizer, se é que temos de
escolher, que o que é moral é mais importante do que aquilo que é estrutural.
Observemos as revelações de
Paulo aos cristões do mundo de ontem, hoje e sempre. A igreja do Deus vivo é:
1. Ela é a Casa de Deus. E a morada de
Deus. Ef 2.19-22; Em 1 Pe 2.9; é sacerdócio real, nação santa, povo adquirido.
Hb 12.23; á universal assembleia e igreja dos primogênitos.
2.
Ela
pertence a um Deus vivo. A igreja viva de Deus.
3. Ela é defensora da verdade. Não somente
confirma, como também a defende. Em I Tm, para o Apóstolo Paulo, a Igreja
existe. Ela é o fundamento da verdade do evangelho. Ela sustenta e preserva a
verdade revelada por Cristo e pelos apóstolos. Ela recebeu a verdade para
obedecê-la (Mt 28.20), esconde-la no coração (Sl 119.11), proclamá-la como “a
palavra da vida” (Fp 2.16), defende-la (Fp 1.17) e demonstrar seu poder no
Espírito Santo (Mc 16.15-20; At 1.8; 4.29-33; 6.8). Bíblia Pentecostal – Nota;
Sem dúvida alguma sua missão é
graciosa e grandiosa.
4. Ela é Portadora do mistério da piedade.
V. 16; Possuem a mensagem e a mensagem os possuem. A eles foram estendidos os
maiores mistérios, a mais profunda ciência e o mais poderoso conhecimento. “É
Cristo em vós esperança da glória”
Conclusão
Aqui, pois, temos a visão de
Paulo para a igreja. A nova sociedade de Deus deve demonstrar amor, unidade,
diversidade, e uma maturidade sempre crescente. Estas são as características de
uma vida digna da vocação a que Deus nos chamou, e que o apóstolo nos roga a
vivermos. Ef 4.1;
Quando mais compartilharmos da
perspectiva de Paulo, mais profunda será nossa insatisfação com atual realidade
da igreja. Então, não ficaremos satisfeitos, nem com as coisas como estão, nem
com soluções parciais mas, pelo contrário, oraremos e trabalharemos pela
renovação total da igreja. Alguns de nós somos por demais conservadores,
complacentes com a situação presente, resistentes a mudanças. Outros por demais
radicais, querendo desfazer totalmente a instituição.
Outros se satisfazem com uma
uniformidade da vida e da liturgia da igreja que é maçante, enfadonha, sem cor,
monótona e morta; nunca vislumbram a variedade que Deus quer que exista, nem da
diversidade de ministérios que deve enriquecer e vivificar o corpo de Cristo.
Outros possuem uma visão
estática da igreja, e se dão por satisfeito se a congregação manter o tamanho, seu
programa e sem diminuições. Não visam algum crescimento da igreja, nem pelo
alcance evangelístico, nem pelo amadurecimento dos seus membros.
Todas essas posturas não são dignas
da vocação da igreja. Precisamos manter o ideal bíblico diante de nós: uma
comunhão que se aprofunda, desejo de manter visível seus aspectos essenciais e
de reavê-los se for perdido, um ministério ativo de todos os membros, e um crescimento
constante para a maturidade e sustentando a verdade em amor.
Paz nO Caminho!
Pr Flávio Teles
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