Viver 2017: Servindo com Amor.
O ANO DO
VOLUNTARIADO
Servindo com amor
Gl 5.13; 6.2-10;
Introdução
·
Chamados
para Servir e com amor.
·
Discípulos
– condições aos seguidores de Cristo.
·
O
Exemplo é Cristo.
·
Um
amor espiritual. Cada cristão um ministro.
·
Oração
e conclusão.
Esboço da Carta aos
Gálatas
A carta aos gálatas é um tratado para uma igreja que
está com o pé na estrada da apostasia.
É um brado de alerta para os que seguem
falsos líderes. É um grito de
liberdade para uma igreja que está colocando o pescoço outra vez na canga da
escravidão. Um estudo a respeito
da ação de indivíduos sedentos de poder e carentes de glória para si mesmos, em
vez de buscar a glória de Cristo e edificação da igreja.
É um alerta para os que anulam a obra de Cristo, na
Cruz, e desprezam o poder da graça divina. Esclarece o mal do legalismo, revela
as suas intenções hipócritas e insinceras, bem como, a piedade de aparência. A
fé em Cristo atua mediante o amor, e assim cumpre-se a lei de Cristo.
Classifico humildemente a carta aos gálatas, da seguinte forma:
·
Gl 1 – As razões, porque Cristo si entregou
·
Gl 2 – O Evangelho: um tratado do amor
·
Gl 3 – O Espírito Santo recebido pela fé, liberta da
lei, capacita ao amor verdadeiro
·
Gl 4 – As heranças do Pai aos filhos do seu amor
·
Gl 5 – Alertas aos desvios do primeiro amor
·
Gl 6 – Resultados de uma vida espiritual autêntica:
o amor. A igreja é a comunidade do amor.
John Stott dirá
que Paulo enfatizou que a verdadeira
liberdade cristã se expressa no autocontrole, no serviço de amor ao próximo e
na obediência à lei de Deus. A questão agora é: como essas coisas são
possíveis? E a resposta é: pelo Espírito Santo.
Um ano de
frutificação passa a outro de voluntariado, no servir cristão. O aspecto que
nos ateremos neste oportuno encontro é o Servir com Amor.
Chamado e as condições aos seguidores de Cristo
A fé cristã é um
grande convite para uma jornada pelas ruas, bairros, cidades até os confins do
mundo. Lançando pelo caminho, tal qual o semeador as sementes, da graça, da
justiça e do amor fraternal (espiritual- ágape). O ágape – agapao é a forma que os gregos encontraram para definir a pureza, a
profundidade e largura do amor de Deus. Define W. Barclay: agape é o termo
cristão e significa benevolência invencível.
Os viajantes,
estão enfrentando problemas, que embora tenham seu ângulo teórico são
essencialmente práticos — problemas do tipo "aonde ir" ou "como
chegar lá", problemas que exigem não apenas compreensão, mas também
decisão e ação.
Convencidos pelo
poder do evangelho partimos à jornada de um novo ano, levando na bagagem a
essência do cristianismo verdadeiro, sobretudo, o AMOR. O ano que se inicia
propiciará aos senhores grandes oportunidades de servir e muitas delas únicas.
Aqueles por quem Cristo Jesus se entregou compreendem a dimensão, a profundidade
e largura do Seu amor (Rm 8; Ef. 2.4, 6, 7;). Paulo, lembra aos efésios “mas,
Deus, que é riquissimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou...
e nos ressuscitou juntamente com Ele, nos fez assentar nas regiões celestiais,
em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da
graça, pela sua benignidade para conosco”.
No desafio de
enxergar a vida do ponto de vista divino – a ADS ergue as velas e é impulsionada
pelo soprar dos ventos do Espírito! Na certeza de que “cada cristão, é um
ministro do Reino de Deus”. Pois somos feitos por Deus, criados para as boas
obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas (Ef 2.10, I Pe 4.10).
Um ministro cresce quando ama! Um ministro cresce quando se envolve! (Ef 4. 15,
16;) a comunhão cristã na operação do dons, promove a edificação individual do
servo.
É impactante a
mensagem do apóstolo Paulo “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos
amados, e andai em amor, como também Cristo vos amou, e se entregou a si mesmo
por nós, em oferta, em sacrifício a Deus, em cheiro suave” Ef 5. 1, 2;
Complementa ainda “servi de boa vontade como ao Senhor, e não como a homens” Ef
6.7.
Corrobara com este
princípio as palavras do apóstolo Pedro quando diz “aos chamados para servir,
àqueles que provaram da bondade de Deus, alcançados pela misericórdia para
serem sacerdotes, sendo a vontade de Deus que pela prática do bem, faça calar a
voz da ignorância” I Pe 2. 3-16. É nula a vida do servo de Cristo que
ignora as necessidades do outro.
João dirá que os
chamados, são filhos de Deus, e o que de Deus é nascido vive na prática da
justiça, por terem ouvido uma mensagem muito antiga “que amemos uns aos outros”.
Têm o sacerdócio para ofertarem duas coisas: dando a si mesmos; e também o que
tem. I Jo 3.10-16;
Aos filipenses,
recebemos a ordenança de Deus “não atende cada um somente para o que é seu,
mas cada qual também para o que é dos outros”. Fl 2.4;
No texto que nos
baseamos Gl 5.13b; Gl 6.2-10; “mas servir-vos uns aos outros pelo amor...
levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo (sua
Vontade)... não vos enganeis... Tudo que o homem semear, isso também ceifará...
e não nos cansemos de fazer o bem, pois a seu tempo ceifaremos, se não
houvermos desfalecidos”.
Leva-nos a mergulhar
numa profunda reflexão: Meu ministério é chamas ou apenas cinzas? Soam como um
grito que me faz acordar. Um chamado à conscientização, a uma tomada de
posição, uma convocação a arrancarmos as vendas. A sociedade pós-moderna se
aprofunda no caos do egocentrismo, na concentração do “meu”, no esquecimento do
nosso.
Parte de nós aqui,
hoje! Uma atitude corajosa e desafiante, parte de ti e do seu ministério. Calor
ou frieza? Examine-se o homem a si mesmo e sede meus imitadores como eu sou de
Cristo, diria-nos Paulo.
Um Amor Espiritual, cada cristão um ministro
A palavra de Deus
afirma que os cristãos são “despenseiros da multifome graça de Deus”
1 Pe 4.10. A. W. Tozer definiu: “Graça é a boa vontade de Deus que inclina a
conceder benefícios aos indignos”. W. Hendriksen é mais perspicaz em sua
conclusão: “a graça de Deus é seu favor ativo que outorga o maior de todos os
dons a quem merece o maior de todos os castigos”. A graça de Deus representa o
favor imerecido, gratuito e a Sua bondade espontânea para socorrer, ajudar e
aliviar os homens. Tal qual, o exemplo do Mestre do amor devemos servir para o
ano que se inicia: sem olhar a quem; servindo de modo voluntário; com bondade,
harmônia e expontâneidade.
Um ministro santo
é uma poderosa arma nas mão de Deus, uma ferramenta precisa, uma flecha do
hábil arqueiro.
Willian Booth,
fundador do Exército da Salvação, disse: “a grandeza de um homem reside na
medida de sua entrega a Deus”. Quem deseja o ministério, excelente obra deseja
I Tm 3.1. Servindo com amor!
É hora de acordar,
de renovar compromisso, de levantar os olhos e ver que nunca teve tanto para
fazer do que nestes dias atuais. Somos obreiros com chamado e vocação. Eduardo
Sampaio define: a vocação é o significado supremo de cada ministro e o oxigêncio
que rega os pulmões da vida ministerial. Nossas ações jamais atingirão o
necessitado em que mais precisa, a menos que o fogo do Espírito Santo queime em
nosso próprio coração.
Analisando Mc
9.40-50 descobrimos algumas observações importantes para “Sevir a Deus”. São
valores em alta no reino de Deus: não há preeminência, o maior deve vestir o
menor, grandeza é calçar os pés com as sandálias da humildade, exergue as
pessoas menos importante para sociedade como se fosse o próprio Jesus, e no
reino de Deus não há espaço para exclusivismo elitista.
Abordando
superficialmente o tema: o desafio de se colocar no lugar do outro,
“outrar-se”.
No desempenho da
capacidade de outrar-se. Partindo da reflexão realizada pelo escritor, poeta
Fernando Pessoa, percebe-se que as diferenças existentes entre os indivíduos,
transforma-se em um florido campo de oportunidades, mas que não são sempre
aproveitadas. Por vezes, as interações são transformadas pela imperícia das
partes em não saber lidar com o diferente, em um verdadeiro campo minado.
O “outramento” é
uma expressão criado por Fernando Pessoa, e diz respeito ao processo de
diferenciação do Si, de se tornar outro “outrar-se”, sendo possível a partir do
momento que são desenvolvidas pelas partes competências motivadas pela alteridade
e o amor conforme evidenciado, por Jesus Cristo.
Os aspectos que
diferencia os indivíduos sejam elas culturais, eclesiásticos ou sociais podem
favorecer o trabalho no cuidado pastoral, ainda que em primeiro momento
provoque um mal-estar, sensação de insegurança ou bloqueios. Superadas estas
barreiras iniciais, por meio das vias do acolhimento, nasce a capacidade de
compreender a dor, o sofrimento do outro, bem como oportunizando a releitura de
si mesmo. Deixando de lado a superficialidade do momento, para uma relação de
compartilhamento profundo, somente alcançado quando vivido um acerto no modo de
captar a diferença, num reposicionamento interativo.
Sobre afirma
Arthur da Távola “se formos capazes de romper a cristalização e ver e descobrir
a pessoa em ângulos novos, também ela se contagiará com a nossa descoberta”.
Fala da possibilidade de enxergar o outro além dos rótulos, das imprecisas
impressões. Esta ação de liberalidade atua de forma contagiosa, afetando o
outro.
Segundo Suely
Rolnik, conclusivamente é isto que nos faz adoecer: “calar a diferença,
calcificar o existente, impotencializar a vida, travar a processualidade do
ser, brecar a história”.
Na vida tenho
“descoberto um outro que mora no outro, e um outro que mora em mim”, além dos
rótulos que fabricamos, dos rechaços e da neutralidade nas relações.
Essa descoberta é
um desafio. Porém, alicerça e enriquece a nossa visão e perspectiva do outro.
Aprendo que “não basta o outro mudar”, quando mudamos descobrimos novos
horizontes, colore-se as telas da nossa existência, e pavimenta a oportunidade
do outro se redescobrir. No contexto da ajuda precisamos descobrir a riqueza de
se colocar no lugar do outro.
Amamos melhor
quando nos colocamos no lugar do outro. Isto é uma graça; que o poderoso Espírito
Santo derramará em nossos corações (Rm 5.5;). Viver 2017: Servindo com Amor.
Suplico aos céus uma
bênção de ano novo
Que
bênção maior poderia implorar a Ele para as suas ovelhas, que está bênção que
em Seu Nome pronuncio sobre vocês neste dia, vos guarde durante este novo ano: “Mas o Deus de toda a graça, que nos
chamou à sua glória eterna em Jesus Cristo, depois que tenhais padecido um
pouco de tempo, ele mesmo os aperfeiçoe, confirme, fortaleça e estabeleça.” I
Pe 5.10
Estudemos tal benção, fonte dessa poderosa mensagem
de ano novo.
Vejamos, O
que o apóstolo Pedro “pede ao céu” -
Então, em primeiro
lugar. Ele pede para eles quatro joias resplandecentes: Perfeição, Confirmação, Fortalecimento e Estabelecimento.
I.
Por que Pedro “espera receber” - A razão de esperar receber o que
pede, está contida no título que utiliza para dirigir-se ao Senhor seu Deus: “mas o Deus de toda graça, que nos
chamou à sua glória eterna em Jesus Cristo”.
II.
O que Pedro “pede ao céu” - O
apóstolo inclui na sua benção um padecimento, uma vez que nossas vidas não são
feitas apenas de vitorias e mais vitorias, mas
diz Pedro “depois que tenhais padecido um pouco de tempo”. Ele mesmo!!!
Aperfeiçoará, Confirmará, Fortalecerá e Estabelecerá. Ele mesmo, Jesus.
A. Perfeição
– um
sonho não terminado; ai do cristão que não alcance tal expectativa. Se Deus não
concluir a obra do Espírito sua graça seria vã. Não seria Deus se começasse a
abençoar e não aperfeiçoasse. Seria um amor que falha, que abandona e infiel.
Pense em um escultor que retira uma pedra lá da pedreira a arranca e lave-a,
mas não a esculpiu em nada a valoriza. Por meio das fornalhas das aflições
somos limpos das escórias e toda impureza. Devemos padecer um pouco de tempo,
para logo sermos aperfeiçoados.
B. Confirmação
– fala
de algo extremamente desejoso de todo crente ser confirmado por Deus. Que a
transformação do caráter não seja como uma neblina que logo passe, que sua
repugnância pelo pecado jamais cesse. Que seu amor, desejo e fé sejam sinceros!
Que todas as tempestades, ou tufões levantados pelo arque rival não abale seu
amor e convicções estabelecidas no Senhor. Ora, vejo que nesta noite os cabelos
brancos de alguns me provam que estão sendo confirmados por vários anos, julgo
serem exemplos aos mais jovens de cristãos bem confirmados. Oro pra que nada
possa nos abalar! Devemos padecer um pouco de
tempo, para logo sermos confirmados.
C.
Fortalecimento - Agora vamos comentar a terceira bênção, que
é o Fortalecimento. Ah, irmãos, esta é uma bênção muito necessária para
todos os cristãos. Muitas vezes estamos arraigados e confirmados, mas o golpe
de nossa espada não fere mais. Clamemos pelo fortalecimento! Rogo a Deus que
fortaleça os cristãos, no ministrar do amor. Seja um pequeno gigante em 2017.
D.
Estabelecimento - Me referirei à última das
quatro bênçãos: “Estabelecimento.” Não direi que esta última bênção é
maior que as outras, mas é um degrau para cada uma delas; e é estranho dizer,
esta é muitas vezes o resultado da obtenção gradual das três bênçãos precedentes.
“Estabelece-te!” Oh, quantos
andam por aí que não se estabeleceram jamais. A árvore que é transplantada a
cada semana morrerá rapidamente. Firmes no exercício da fé cristã: servindo com
amor.
Conclusão
Concordo com Johs
Stott quando diz: “Somos livres em nosso relacionamento com Deus, mas escravos
em nosso relacionamento com os outros”. Pelo amor temos que nos tornar “servos”
uns dos outros, um servo com uma porção de senhores, sacrificando o nosso bem pelo
bem dos outros, e não o bem deles pelo nosso. A vida cristã é serviço, não
egoísmo. Quem ama não explora, não
pratica o mal, não agride, mas se envolve com os feridos, caídos à margem da
estrada. Aproxima-se e cuida do próximo, ainda que seja seu inimigo.
A igreja é a
comunidade do amor, ora atua terapeuticamente, ora oferece o serviço para a
cura. É um lugar de cura e restauração. Deus espera isso de nós, o mundo
precisa de todos nós.
Paz n`O Caminho!
Pr Flávio Teles
Maraú-BA, 07 de Janeiro 2017.
Referência
Bibliográfica:
BARCLAY, William. Gálatas e Efésios.
BRIZOTTI, Alan: Conselhos de um velho apóstolo.
ESPERANDIO, Mary Rute Gomes. A
capacidade de outrar-se – diferenças como desafio para a prática do cuidado e
aconselhamento pastoral.
LOPES, Hernandes Dias: Gálatas, A Carta da liberdade cristã.
LLOYD-JONES, D.M.: Vivendo a vida
cristã - um panorama histórico
OLIVEIRA, Roseli M. R. e HEIMANN, Thomas. Trecho: Cuidando de
cuidadores: um olhar sobre os profissionais de ajuda a partir do conceito de
cuidado integral.
STOTT, John. A mensagem de Gálatas.
TÁVOLA, Arthur da. Trecho: Descobrir um outro que mora no outro.
Comentários
Postar um comentário